CES-MG realiza Plenária sobre a Política Estadual de Saúde das Mulheres

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, por meio da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulheres (CISMu), realizou a Plenária sobre a Política Estadual de Saúde das Mulheres. O evento contou com apresentações da Secretaria de Estado de Saúde sobre a atenção a saúde da mulher, a cientista política, Diva Moreira, falando sobre saúde da mulher negra e a ginecologista Regina Amélia falando sobre direito das mulheres à saúde sexual e saúde reprodutiva, além de depoimentos de diversas mulheres relacionadas a dificuldades enfrentadas no âmbito da saúde. 

A presidenta do conselho Lourdes Machado (CRP) e a coordenadora da CISMu-MG, Gláucia Batista (CRESS-MG), integraram a mesa de abertura ao lado da Deputada Estadual Lohanna França, vice-presidente da Comissão de Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e a representante do Conselho Nacional de Saúde, Vanja Santos.  

Em sua fala de abertura Lourdes exaltou e homenageou a primeira mulher ministra da saúde Nísia Trindade, que deixou o cargo no dia 26 de fevereiro, e a agradeceu por seu trabalho e dedicação ao Sistema Único de Saúde e as conquistas durante seu ministério, como a vacina da dengue 100% brasileira “A primeira mulher ministra, uma mulher que defende a ciência, defende a tecnologia e que nos defendeu na Fiocruz na época da pandemia”, ressaltou a presidente. 

Vanja Santos saudou a iniciativa do conselho de debater o Plano Integral de Saúde Integral da Mulher “Esse é um e esse é um é um debate que o Ministério da Saúde está promovendo para que o plano possa ser revisto e possa se fazer as adaptações necessárias, e quando vocês puxam esse debate eu já digo de imediato que é importante termos acesso a esse relatório (com os encaminhamentos retirados da plenária) para que ele possa constar no debate que nós estamos travando no Ministério da Saúde”.  

Diva Moreira começou a sua fala também falando sobre a saída da ministra Nisia Trindade, além de fazer um comparativo em relação as políticas sobre a saúde da mulher que não estão estagnadas a anos, piorando quando se trata da população negra, finalizando com um depoimento forte “eu fico me perguntando vocês do SUS não poderiam ir para as nossas comunidades e fazer um plantão lá uma vez por mês nas quebradas porque o nosso povo está muito sofrido, os indicadores são tenebrosos,(…) para terminar eu quero dizer a vocês que o  racismo para mim não é causa de doença, o racismo no Brasil é também uma doença”. 

A consultora do IFF/Fiocruz, Regina Amélia, abriu sua apresentação reforçando que o direito das mulheres a saúde sexual e reprodutiva é parte integral dos direitos humanos “não existe humano sem sexualidade, não existe sociedade sem reprodução humana, estamos falando de um princípio essencial do ser humano”, além de pedir dignidade no atendimento em relação a ISTs , sem discriminação e com direito ao sigilo, Regina reforçou a necessidade de tirar o Plano Integral de Saúde Integral da Mulher do papel e fazer valer suas politicas. 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais estava presente através da Diretoria de Gestão da Integralidade do Cuidado que apresentou os dados que a saúde coletou em relação as mulheres em todas as suas faixas etárias, incluindo ISTs, HIV/Aids, mortalidade por certas doenças, grau de escolaridade, crianças nascidas com doenças sexualmente transmitidas e entre outras, resultado do trabalho e atuação de várias áreas pensadas para o cuidado da mulher “Alguns dados a gente não tem muita precisão porque falta informação no sistema, a gente tem trabalhado inclusive como Ministério da Saúde, por serem bancos nacionais, para qualificar esses bancos e terem dados mais robustos para se pensar nas politicas” Disse a diretora Lírica Salluz. 

Depois das apresentações diversas participantes deram seus depoimentos relacionados a saúde publica e o atendimento as mulheres, dos quais foram tirados encaminhamentos votados pelos conselheiros presentes para serem encaminhados as áreas responsáveis. O CES segue lutando para garantir a dignidade e um SUS de todos e de todas. 

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