Defesa do SUS e participação social são destaques na abertura da 1ª CEVS

Trabalhadores, gestores, usuários e prestadores de serviço no SUS participam da atividade 

O Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), promoveu na manhã desta terça-feira (26), a abertura da 1ª Conferência Estadual de Vigilância em Saúde (1ª CEVS), em Belo Horizonte/MG, com o tema “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”.

Cerca de 700 conselheiras e conselheiros de saúde de todas as regiões do Estado marcam presença até a próxima quinta-feira (28) nas atividades da Conferência, que envolvem o debate e votação de propostas para a construção das políticas públicas voltadas à Vigilância em Saúde, não só estaduais, mas também nacionais.

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A manhã deste primeiro dia foi reservada para discussões referentes aos sub eixos 1 “O lugar da Vigilância em Saúde no SUS” e 2, “Responsabilidade do Estado e dos Governos com a Vigilância em Saúde”, quando a luta pela garantia de direitos e a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) público e de qualidade deram o tom das apresentações.

A vice-reitora e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, enfatizou a profunda desigualdade social brasileira, como a persistências de doenças negligenciadas como malária, tuberculose, leishmaniose e hanseníase, entre outras. “O que faz com que essas doenças apareçam é ainda, para muitos, invisível: a pobreza e desigualdade gritantes no Brasil, onde seis pessoas concentram a riqueza de cerca de 100 milhões”, disse.

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Esse cenário foi contemplado na fala de Geraldo Lucchese, doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, que destacou a importância de reafirmar o compromisso com uma Saúde Pública de qualidade e equânime, fortalecendo também a Vigilância em Saúde e sua prática integrada. “A política, hoje, aponta para a privatização e práticas de mercado. Nosso dever é buscar soluções que mantenham a ideia de um SUS público, de qualidade e efetivo. Essa Conferência só se justifica se for transformada em ato de resistência e de denúncia do desmonte do SUS”, enfatizou.

Visões

Esse sentimento parece ser compartilhado por conselheiras e conselheiros de saúde presentes no evento. Gestor em Lavras (Sul de Minas), Júlio Cesar Cardoso apontou a contradição entre o momento de convocação da Conferência de Vigilância em Saúde pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o atual. “A conferência foi chamada para promovermos e protegermos o SUS e agora estamos no caminho contrário, apontando para o mercado, a privatização, para o desmanche do sistema e isso vai repercutir para a população em geral”, disse.

Ele lembrou ainda a importância de aproximação entre ensino, Controle Social, e as instâncias do SUS, integração de saberes essa preconizada pela Vigilância em Saúde, ponto presente também na fala da professora da UFES. “A educação, as universidades, tudo é voltado para o mercado e não para o SUS. Não dá para separar saúde e educação, a discussão é saúde única e integrada. Temos que superar os problemas que atingem o SUS, os trabalhadores, gestores e usuários precisam estar juntos. A população precisa se conscientizar da importância do seu papel, cada um fazer sua parte”, sugeriu.

Para José Fraga, conselheiro no município de Sete Lagoas (Região Metropolitana de Belo Horizonte), a falta de financiamento do SUS é histórico. “A saúde está precária no país inteiro, então é importante falar de Vigilância em Saúde, porque doenças que estavam superadas ou recuando estão voltando, como a leishmaniose e a dengue, por falta de investimento no setor”, disse.

Acompanhe a 1ª CEVS pelo Facebook do CES-MG: https://goo.gl/XDRD4a.

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