Saúde Mental de pessoas idosas merece atenção

A conselheira estadual de Saúde Claudete Liz de Almeida, no Dia das Pessoas Idosas, fala sobre a experiência de ficar em isolamento social durante a pandemia

“Os maiores desafios para as pessoas idosas no decorrer desta pandemia foram a solidão e a depressão”, na percepção da conselheira estadual de Saúde, representante de usuárias e usuários por meio da União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais (UGT), Claudete Liz de Almeida. Neste 1º de outubro, o Estatuto do Idoso completa 17 anos, regulamentado pela Lei N°10.741/2003, prevendo garantidas e oportunidades para a preservação da saúde física e mental, além de condições de liberdade e dignidade. Para aproveitar a passagem da data, Claudete fala um pouco sobre sua experiência pessoal nesses sete meses de isolamento social.

“Grande parte das pessoas idosas gostam de notícias, de conversar, de trocar ideias, ir ao banco, sair para fazer compras e de repente se viram em isolamento. Ficamos presas dentro de casa, sem ter o direito de ir ao portão, e isso acabou gerando situações difíceis, principalmente para quem mora perto da família, como é o meu caso. Apesar de entender a necessidade de cuidar da minha saúde e da saúde coletiva, a minha sensação muitas vezes era de estar em uma prisão domiciliar. Sou uma pessoa muito independente e ativa e muitas vezes é complicado se ver regulada pelos filhos, nora e até pela neta. Hoje, a situação já está mais sob controle, me mantenho ativa, mas tenho consciência da realidade que enfrentamos e talvez por isso, muitas pessoas idosas não foram atingidas pela covid-19. Nesse aspecto, percebo que por sermos um grupo de risco, idosas e idosos foram mais auto preservados ao contrário de pessoas jovens que, por diversos motivos, se expuseram mais. ‘Pessoas idosas lutam para viver’. Eu, pelo menos, coloquei o álcool gel e a máscara na minha rotina quando precisei sair de casa tive a possibilidade de usar o carro para me locomover. Mas foi difícil e em alguns momentos cheguei a brigar com a minha família. Nesse caso acabava por questionar o que era pior a covid-19 ou a depressão? A pandemia ainda está aí e acho fundamental cuidar da saúde mental de pessoas idosas. Em muitos momentos somos teimosos, exigentes e não aceitamos imposições, mas é preciso entender como esse isolamento incidiu sobre a saúde mental. A população idosa no Brasil está em crescimento e em 2050 o país terá mais idosos do que jovens. E é por isso, que o Estatuto das Pessoas Idosas é importante, pois oferece garantias ao mesmo tempo em que temos que entender nossos limites neste momento”.

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