Na última segunda-feira, 29 de maio, iniciou-se a 10ª Conferência Estadual de Minas Gerais – Conselheiro Paulo Roberto Venâncio de Carvalho (nome dado em homenagem ao conselheiro falecido no dia 21 de abril de 2023, defensor do SUS e do controle social), que teve um ato em defesa do Sistema Único de Saúde – SUS – e do Controle Social como evento inicial.
O ato de abertura da conferência foi organizado pelo Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais – CES-MG – e contou com a participação conselheiras e conselheiros de saúde, de membras e membros de diversos movimentos sociais, organizações e entidades de diferentes municípios, como alguns Conselhos de classes e sindicatos da área da saúde, funcionárias e funcionários de alguns dos hospitais públicos de Belo Horizonte, estudantes, pessoas delegadas participantes da conferência, figuras políticas e o carismático Zé Gotinha.
A concentração ocorreu na Praça Sete de Setembro, em Belo Horizonte – MG, às 12h, onde o ato permaneceu até as 15h, quando começou a se dirigir para o Minascentro, local escolhido para sediar a 10ª Conferência. Durante todo o ato, houveram falas importantes dos manifestantes presentes em defesa da SUS e do Controle Social.
A diretora do Hospital Risoleta Toletino Neves, Alzira de Oliveira Jorge, falou sobre o que a levou ao ato:
“Esse ato é muito importante porque é um ato em defesa do SUS. O SUS tem sido, nos últimos anos, muito ameaçado. Foi desfinanciado. Se antes a gente tinha um subfinanciamento, agora a gente passou a ter um desfinanciamento, e o SUS é muito importante para a população brasileira. Veja o papel dele na pandemia, se não fosse o SUS, a gente teria tido um número de mortes muito maior do que tivemos. Então o principal motivo (que me trouxe ao ato) é a defesa e a consolidação do SUS como sistema da população brasileira”.
Odete, representante de pessoas usuárias do município de Ribeirão das Neves, destacou a importância do Controle Popular e da comunicação na construção de um SUS melhor para o amanhã:
“São muitas questões, e como a gente não tem como resolver tudo de uma vez, eu gostaria muito, mas muito mesmo, que fizéssemos um movimento de conscientização da população sobre a importância do SUS. Precisamos falar uma fala que o ‘povão’ entenda, porque, quando a gente só fala bonito, falamos para alguns grupos fechados, não chega em toda a população. Eu gostaria que isso fosse quebrado, que a gente gritasse mais alto, para que a população, os usuários, entendessem”.
A atmosfera entre os manifestantes era de esperança quanto ao futuro do SUS e da Saúde pública. Suellen Ananda Fraga, trabalhadora da saúde de Ribeirão das Neves e presidenta do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais – CRP-MG – expressou suas expectativas:
“Eu acredito que nós temos um cenário político, de alguma maneira, favorável à organização da conferência nacional. Em Minas, ainda enfrentamos alguns desafios, mas a sociedade civil está organizada, as categorias, por meio dos conselhos de classe, os sindicatos, os próprios conselhos de direitos, como o CES-MG, estão organizados. Então temos um cenário favorável, sim, então acredito que as perspectivas futuras para a saúde pública no Brasil caminham muito bem”.
Foi com essa energia que o ato deixou a Praça Sete de Setembro e se dirigiu ao Minascentro para iniciar oficialmente a 10ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais, nos dias 29, 30 e 31 de maio.
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