Congresso em defesa da vacina na UFMG debate desafios da política de imunização do país

Evento contou com a participação de conselheiras e conselheiros de saúde

Na abertura do Congresso Brasileiro: defesa da vacinação – Desafios e Estratégias, evento que reuniu autoridades da gestão pública de saúde das esferas federal, estadual e municipal, pesquisadores da temática vacinal, estudantes e profissionais que trabalham com o tema, a presidenta Lourdes Machado, representou o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) e enalteceu o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil, destacando-o como um dos mais completos programas de imunizações do mundo, sendo reconhecido pelas estratégias coletivas e individuais que asseguraram altas coberturas vacinais.

Lourdes falou sobre o papel do CES-MG na defesa pela democracia e a vacinação, destacou o papel fundamental da 10ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais (CESMG), realizada pelo CES-MG em 2023 e ressaltou a importância do Zé Gotinha, símbolo das campanhas de vacinação que esteve presente na 10ª CESMG nas campanhas de vacinação. “Ele, que ficou quase quatro anos desempregado, foi contratado com sucesso pelo Ministério da Saúde”, disse.

A presidenta do CES-MG disse ainda que são muitos são os fatores, como os contextuais e individuais, que podem colaborar para a queda das coberturas vacinais. Dentre eles, estão precarização do Sistema Único de Saúde (SUS) e movimentos antivacinas.

O evento contou com as presenças de conselheiras (os) estaduais de saúde de Minas Gerais: Aleteia D’Alcantara (Fademg), Denilson Gonçalves (MORHAN), Iris Almeida (UEMP) e Tatiane Fonseca (CUT-MG).

A professora Fernanda Penido Matozinhos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Vacinação (Nupesv) da Escola de Enfermagem da UFMG, falou do paradoxo das vacinas contribuíram para a erradicação de várias doenças, e talvez por isso mesmo as pessoas não se lembrem tanto da importância de se vacinar. A docente lamentou a redução dos índices de cobertura vacinal, apesar de os imunizantes serem seguros e de eficácia cientificamente comprovada. “A queda da cobertura também pode ser associada aos ataques sofridos pelo nosso Plano Nacional de Imunização (PNI), que foi esquecido nos últimos anos pelo governo anterior. Também precisamos destacar o papel exercido pela desinformação. As fake news podem ser atrativas, então é um desafio enfrentá-las. Na nossa cultura da pós-verdade, é urgente combater a desinformação e os movimentos anticiência e antivax”, defendeu.

A atuação da Universidade em prol da vacinação foi lembrada pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que destacou os trabalhos da UFMG no desenvolvimento da SpiN-Tec, vacina contra a covid-19 e primeiro imunizante de desenvolvimento 100% nacional. Ela citou uma fala de Ailton Krenak, proferida em um evento virtual da UFMG que ocorreu durante a pandemia. Krenak afirmou, então, que a sociedade não voltaria ao normal porque, caso isso ocorresse, ela não teria aprendido nada com tudo que passou no enfrentamento da covid-19.
“Aprendemos sobre a colaboração e a importância de cuidar do próximo. Nós nos vacinamos para nos proteger e também para proteger o outro. Defender a ciência, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a vacinação transformará o Brasil em um país com mais saúde e qualidade de vida”, disse a reitora.

Texto: com UFMG

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