CES-MG acompanha experiências de pessoas multiplicadoras em Educação Permanente para o Controle Social no SUS

Pessoas que participaram de cursos e oficinas realizados em Minas Gerais contam como foi a experiência e como ela se reflete no processo de multiplicação e compartilhamento de saberes para segmentos da sociedade nos municípios

O controle social da saúde em Minas Gerais vem experienciando nos últimos anos a construção e a efetivação de uma política sólida de Educação Permanente para as pessoas conselheiras de saúde e movimentos sociais. Esse trabalho é fruto de uma parceria entre o Conselho Estadual de Saúde (CES-MG) e a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) e que vem se consolidando por meio de uma cooperação técnica que produziu, desde 2017, o Curso de Qualificação para Conselheiras e Conselheiros Municipais de Saúde presencial (produção de 2 livros mais as oficinas) e estratégias voltadas para o fortalecimento do controle social, como webinários e a Formação de Ativadoras (es) para o Controle Social à distância.

Além disso, o CES-MG, sempre por meio da Câmara Técnica de Educação Permanente (CTEP), tem participado ativamente do projeto Participa+: formação para o controle social no SUS, realizado de forma híbrida por iniciativa do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), que tem reunido conselheiras e conselheiros no Brasil e em Minas Gerais em oficinas e rodas de conversa, que abordam temas relevantes tanto para o controle social quanto para o SUS.

Nos últimos três anos esse processo se intensificou, inclusive com as atividades virtuais que se apresentaram como uma alternativa para a participação durante a pandemia e que foi definitivamente incorporado à rotina de educação permanente e continuada. Recentemente, três regiões de Minas Gerais desfrutaram das Oficinas para Conselheiras/os de Saúde e Lideranças de Movimentos Sociais, oferecidas pelo CNS/CEAP: Belo Horizonte, Teófilo Otoni e Triangulo/Ituiutaba.

A CTEP reservou um momento no final de 2023 para ouvir as pessoas que participaram dessa iniciativa, com o objetivo de conhecer e compartilhar experiências de multiplicação e formação oriundas da participação nessas oficinas.

Abaixo, acompanhe alguns desses relatos:

O SUS comunga para vivermos a solidariedade. As oficinas realizadas até setembro, formaram pessoas do estado, uma multiplicação saudável, interativa e reflexiva sobre questões do cotidiano do trabalho coletivo e singularidades da saúde. Ao final foi possível desenvolver temáticas para a formação do controle social do SUS. Entre os desafios estava a proposta de refletir o controle social no SUS na região Centro-Oeste, construir uma proposta inicial com identificação de público-alvo, parcerias, mobilização, execução e avaliação. A escolha desse público, que foram as lideranças comunitárias da cidade de Cláudio e Divinópolis (uma cidade menor e outra maior), secretarias municipais, comunidade e pessoas trabalhadoras da Universidade Estadual de Minas Gerais. A abordagem foi feita em lives realizadas na pandemia, com a participação de mais de 180 pessoas e que extrapolou o estado de Minas Gerais, de forma muito rica, com pessoas de outros estados e países. Foi boa participação, com mesas de discussão com temáticas de mobilização, financiamento, importância do controle social, deixando evidente a importância dos conselhos e de dar voz às lideranças comunitárias. Dentro dessa rotina tivemos uma rede de trabalho em projeto de extensão do curso de Serviço Social da UEMG, ofertando a possibilidade de multiplicar com conhecimento e consciência para transformar a realidade de forma construtiva. Houve uma avaliação que culminou em um significado muito rico e importante que gera frutos, inclusive com acessos pelo Youtube.


Olsymara Cavalcanti, coordenadora social, assistente social na Prefeitura de Divinópolis e mestranda na Universidad Europea del Atlántico Olsymara Cavalcanti, coordenadora social, assistente social na Prefeitura de Divinópolis e mestranda na Universidad Europea del Atlántico

O Café com Ideias e Controle Social foi realizado na PUC-Minas. Em duas horas de duração, o café contou com conversas e perguntas disparadoras. Foi possível discutir e organizar as disciplinas, dando ênfase para o controle social, que no geral é deixado de lado por outros temas, mas é central na Medicina Preventiva e Social e nos cursos de saúde para a cidadania e políticas de saúde. Foram realizadas oficinas online com mais de 300 alunas (os) sendo incentivadas (os) a participarem de conferências. A dificuldade estava relacionada à continuidade, em trazer parcerias para difundir de modo geral o controle social para formar conselheiras (os), estudantes e a população.


Berenice de Freitas, professora de Sociologia em Saúde da Fiocruz

Uma meta fundamental é convencer a coletividade da importância do controle social. O princípio das Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) é de que todo conselho municipal deve implantá-la. Temos que tomar posse disso. O que dá esse viés de compreender o mundo do trabalho é entender o perfil produtivo do serviço. Saúde da trabalhadora e do trabalhador lida com as vigilâncias. O desafio é descontruir a cultura da doença, que cria viés equivocado de quem só vai ao centro de saúde quando está doente. Lá é lugar de atenção primária para cuidar estado físico, mental e social. Lutar por espaços para atingir esses objetivos como academias da cidade.

Antônio Pádua Aguiar, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte


Antônio Pádua Aguiar, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

Fiz a oficina de qualificação em Teófilo Otoni e o curso de formação. Sete conselheiros participaram e fizeram a parte dois em que foi tratado do ciclo orçamentário, buscando formas de abordagens diferentes para que o conteúdo chegue a mais pessoas. Parece um tema simples, mas as pessoas ficaram felizes com o trabalho participativo.


Allison Arley, conselheiro saúde em Bonfinópolis de Minas

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