A etapa mineira do Encontro da Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador (Renast), realizada no dia 14/6, contou com a presença do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) representado pela presidenta, Lourdes Machado (CRP-MG), o vice-presidente Pedro Cunha (CNBB), o 2º secretário Renato Barros (SindSaúde), as 1ª e 2º diretoras de Comunicação e Informação do SUS, Marília Oliveira (Federassantas) e Maria Alves (Fetaemg) respectivamente e a conselheira estadual Tatiane Fonseca (CUT). Lourdes e Pedro fizeram parte da mesa de abertura, ao lado de representantes do Ministério da Saúde e da Secretária de Estado de Saúde.
O encontro foi pautado no fortalecimento dos Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), na criação de novos centros de referências nos âmbitos municipais e regionais, financiamento e planejamento na área, análises e discussões sobre dados levantados sobre a saúde do trabalhador mineiro. Além disso, o momento contou com palestras e divulgações de cursos da temática para os anos de 2024 e 2025.
O Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais se preparou durante a semana com três dias de intensas reuniões e debates para fortalecer o tema do encontro com as oficinas da Comissão Intersetorial da Saúde do Trabalhador coordenadas pelo vice-presidente. A preparação para o CISTTÃO Nacional no próximo mês também foi pauta junto às discussões sobre os vazios sanitários, que são regiões sem nenhuma política sobre a saúde de trabalhadoras e trabalhadores e a negociação com o Ministério da Saúde, que planeja a criação de quatro novos CEREST regionais, pleiteando no mínimo 10 com os argumentos do vazio sanitário, atividade produtiva, trabalho análogo à escravidão, uso indiscriminado de agrotóxicos e a mineração sem preocupação com os trabalhadores, munícipes, rejeitos etc.
Pedro Cunha explica a situação do estado após os encontros e apresentações do Cerest, Ministério da Saúde, Secretária de Estado de Saúde e a CISTT Estadual contando que dos 853 municípios de Minas Gerais, 394 estão descobertos de CEREST, representando 9 das 28 Unidades Regionais de Saúde e em relação à Rede contamos com 18 CERESTs Regionais, 1 Municipal e 1 Estadual e conclui que “como resultado das oficinas e do encontro, temos agora uma lista com a priorização de quais serão as 10 regiões para solicitarmos a habilitação desses novos CEREST em MG”.
A presidente Lourdes Machado abriu sua fala na mesa citando as diversas dificuldades em relação a saúde do trabalhador no estado e a necessidade de ser construído uma política da saúde da trabalhadora e do trabalhador e o seu planejamento junto a Secretária do Estado de Saúde, o CES-MG e o Ministério da Saúde citando também a 4° Conferência Estadual de Gestão Trabalho e Educação na Saúde, que acontecerá em agosto desse ano. Levantando um ponto de extrema importância, ela conclui: “Em Minas temos grandes empresas mineradoras e muitas vezes elas funcionam na base do trabalho precário, então além de colocar a população em risco, coloca também os trabalhadores com a questão da silicose, o câncer de pulmão, as barragens e também os acidentes da BR-040 no trecho de Belo Horizonte a Lafaiete, onde era necessário ter rodovia do minério porque, além de provocar acidentes em que a maior parte dos caminhão envolvidos são de minério, coloca em risco também a vida de quem está dirigindo esses caminhões e dirigindo na estrada”.
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