Saúde e pluralidade: Hospital Sofia Feldman realiza pela primeira vez Seminário sobre a Saúde da Mulher Indígena e sua Pluralidade Cultural

Na quinta-feira (13/06), o Hospital Sofia Feldman promoveu um seminário sobre a Saúde da Mulher Indígena e sua Pluralidade Cultural – Experiências de Acolhimento no hospital. O objetivo foi discutir a melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos povos indígenas, proporcionando uma experiência acolhedora. Na abertura, foi feita uma cerimônia de defumação com uma oração do povo Pataxó. Esse ritual, que visa purificar o ambiente, foi conduzido pela Dra. Adana Omágua Kambeba, formada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atualmente a primeira médica a portar dois nomes em seu registro profissional. Além de seu nome em português (Danielle Soprano Pereira), ela inclui no CRM o seu nome indígena.

Durante o dia ocorreram várias atividades e palestras que exaltaram a cultura dos povos originários e abriram espaço para discussões acerca da saúde indígena, principalmente das mulheres e de recém-nascidos. Dentre as atrações, houveram apresentações musicais e declamações de poesia dos povos Tikuna, Quéchua, Puri, Aymara e Maxakali. Logo na entrada do hospital, foi organizada uma feira de artesanato com produtos confeccionados por pessoas indígenas.

O evento contou também com a participação de diversos palestrantes da área da saúde, permitindo que os povos nativos expressassem suas próprias experiências e compartilhassem suas preocupações sobre o atendimento que recebem.

A médica Adana Omágua, pertencente ao povo Kambeba, conta que o Hospital Sofia Feldman é referência no cuidado dessas comunidades, valorizando sua diversidade cultural. “O Sofia Feldman me abraçou. No meu crachá está escrito Adana e Danielle, e isso para mim é muito importante, porque mostra que meu povo está presente aqui. Ele me acolheu, me preparou e me capacitou para que eu possa enfrentar a realidade da saúde. Aqui eu vi muitas mulheres indígenas serem atendidas com excelência e respeitando as nossas peculiaridades culturais”, disse Adana. Ela também destaca a importância do seminário no hospital, já que foi o primeiro em Minas Gerais a ceder espaço para os povos originários discutirem suas questões.

Ao lado de Adana, também estava presente na mesa de abertura a presidenta do Conselho Estadual de Saúde (CES-MG), Lourdes Aparecida Machado, que se disse comovida com o hino nacional, que foi executado na língua indígena, e destacou a importância da valorização desta cultura ancestral. Ela também ressaltou o compromisso do conselho em elaborar propostas a saúde indígena e cobrar que elas sejam cumpridas. As conselheiras Aleteia Gonçalves (FADEMG) e Marilia Aparecida Rosário Oliveira Santos (Federassantas), representando o Hospital Sofia Feldman, também prestigiaram o evento.

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