Nesta data tão significativa, e considerando a recente tentativa de privatização dos hospitais da FHEMIG e dos hospitais regionais, o CES-MG reforça seu compromisso com o controle social, criando espaços para a discussão de temas essenciais, como a Plenária Extraordinária sobre a Saúde das Mulheres e suas políticas estaduais, ocorrida em março desse ano). Na data, foram feitas diversas apresentações sobre a atenção à saúde da mulher, inclusive sobre o tema deste ano definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a saúde materna e neonatal.
O CES-MG continua na luta para impedir a terceirização dos hospitais do SUS — como o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) e a maternidade Odete Valadares — e garantir que o Estado de Minas Gerais cumpra seus compromissos com a saúde e evite a desigualdade no atendimento, especialmente no que se refere às mulheres, em toda a sua pluralidade.
2025 e o cuidado com as mulheres

Em 7 de abril de 1948, foi fundada a OMS, uma agência criada pelas Nações Unidas com o objetivo de promover e proteger a saúde global, visando o bem-estar físico, mental e social das pessoas em todo o mundo. Essa data, que marcou o início de uma nova era na saúde, também foi escolhida para celebrar o Dia Mundial da Saúde, destacando a importância de ações coletivas para o avanço da saúde global.
Todos os anos é escolhido um tema diferente relacionado à saúde pública e que precisa de mobilização e conscientização global. Em 2025, o tema da campanha é “Inícios Saudáveis, Futuros Cheios de Esperança” que foca na saúde materna e neonatal. O objetivo é mobilizar governos e organizações de saúde para intensificar esforços no combate às mortes maternas e neonatais evitáveis, priorizando o bem-estar das mulheres e bebês a longo prazo.
Mesmo com algumas políticas voltadas para a saúde maternal e neonatal, Minas Gerais também enfrenta alguns desafios relacionados a esses cuidados e precisa se mobilizar para que esse problema deixe de se tornar realidade no Estado. Entre os desafios enfrentados estão a alta taxa de mortalidade materna, dificuldades de acesso a serviços de saúde, superlotação em maternidades, prematuridade e desigualdade no atendimento. Além disso, há baixa adesão ao pré-natal e falta de profissionais especializados.
Em 2024, foi publicado o último Relatório de Mortalidade Materna feito pelo Comitê Estadual de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais (CEPMMIF). Em Minas Gerais existem 28 comitês regionais sendo que 7 estão em processo de reestruturação e 1 está inativo.
A pesquisa mostra que no ano de 2022 ocorreram 2.674 óbitos de crianças com menos de um ano, representando um aumento de 91 óbitos em comparação ao ano de 2021. Um destaque importante é que os óbitos neonatais precoces, ocorridos entre zero e seis dias de vida, representam mais da metade de todos os óbitos no primeiro ano de vida. Esses dados, aliados ao perfil da mortalidade materna, destacam a importância das ações voltadas ao planejamento reprodutivo, assistência pré-natal, parto e nascimento como fundamentais para a efetiva redução das mortes evitáveis.
O relatório também evidencia que esses problemas geralmente afetam grupos específicos de mulheres, como por exemplo as negras, indígenas, de baixa escolaridade e renda ou que vivem em áreas rurais e de difícil acesso. Ao abordar esse tema, é fundamental prestar atenção aos grupos mais vulneráveis e às medidas que serão adotadas para prevenir essas desigualdades, garantindo um atendimento equitativo e de qualidade para todas.
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