Reunião do Colegiado Regional de Saúde Mental de Sete Lagoas

Nesta terça-feira (16/08), aconteceu a 2ª Reunião do Colegiado Regional de Saúde Mental de Sete Lagoas, com a presença da conselheira Lourdes Machado (CRP-MG), coordenadora da Comissão Estadual de Reforma Psiquiátrica e 1ª diretora de Comunicação da CESMG. Também estavam presentes a psicóloga Leisenir de Oliveira (referência técnica da Coordenação Geral de Saúde Mental, álcool e outras drogas, do Ministério da Saúde) e coordenador do Centro de Convivência de Curvelo, Adriano de Oliveira Rocha.

Minas Gerais possui uma atuação forte na saúde Mental, visando fornecer o atendimento, porém de forma diferenciada. A proposta hoje da saúde mental no Estado é atuar de forma humanizada, respeitando as limitações de cada um e, acima de tudo, aos direitos humanos. Não se trata apenas de cuidar do portador de sofrimento mental, mas também dá autonomia para que este possa se integrar na sociedade, alcançando a cidadania. Para chegarmos até esse estágio de consciência, é necessário descontruirmos muitos conceitos.

A luta antimaniconial, embora tenha tido muitos avanços, ainda se trata de algo muito recente. Ligada a Reforma Sanitária (que resultou na criação do SUS), deu consequência a Reforma Psiquiátrica onde, de acordo com a Lei 12016, de 2001, foi definido que o atendimento psiquiátrico fosse transferido da esfera hospitalar para a Rede de Atenção Psicossocial, conhecida como RAPS.

Em sua participação, Lourdes Machado ressaltou que “não podemos falar em avanços na política de Saúde Mental sem falar na defesa de um SUS 100% público e estatal. O SUS é a maior política social do país, uma conquista popular histórica; não nasceu em gabinete, mas da luta do povo brasileiro. Avançar e defender o SUS é avançar e defender a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial”.

Clarice Fonseca, referência técnica de Saúde Mental da Regional de Saúde de Sete Lagoas, reforçou o importante papel do Colegiado Regional, que é composto por 35 municípios (incluindo Sete Lagoas). “Precisamos fortalecer o Colegiado junto a parceiros gestores, trabalhadores e usuários, para implementar uma rede robusta de Saúde Mental na região”.

Leisenir de Oliveira, referência técnica do Ministério da Saúde, apresentou dados referentes ao Plano de Ação de Saúde Mental em Minas Gerais. Dados da OMS apontam que 20% da população tem algum transtorno mental, sendo que 3% sofre algum transtorno mais grave. Esse mesmo levantamento ainda aponta que, 6% apresenta algum transtorno psiquiátrico grave decorrente do uso e abuso de álcool e drogas e 12% dependem de algum atendimento em saúde mental.

O coordenador Adriano de Oliveira, de Curvelo, apresentou, à tarde, a proposta do município para as ações além-saúde e de reinserção social para os portadores de sofrimento mental.

Mensalmente, o Colegiado Regional de Saúde Mental da SRS Sete Lagoas segue uma agenda. Nesta reunião, o psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira Silva, o “Marcus Matraga”, foi lembrado por sua trajetória na Reforma Psiquiátrica e também por ter nascido em Sete Lagoas. Silva foi um pioneiro na Luta Antimaniconial, sendo referência para psicólogos e psicólogas na construção de uma sociedade mais igualitária. Professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ajudou a construir o atual Sistema de Conselhos de Psicologia, colocando-o a serviço da população. O psicólogo foi assassinado em fevereiro deste ano, e será homenageado com o CAPS Infanto-Juvenil que será inaugurado em breve e levará o seu nome. Marcus Vinícius presente!

 

 

 

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