O CESMG esteve na semana passada (20/09) visitando as obras do Hospital Regional Divino Espírito Santo, em Divinópolis. A unidade começou a ser construída em 2010 e a entrega era prevista para este ano; porém, o dia da visita dos conselheiros coincidia com o último dia do convênio com a empreiteira, a Marco XX Construções.
Uma nova licitação será aberta para terminar as obras, o que inviabiliza uma nova previsão de data para o hospital abrir as portas à população da Região de Saúde de Divinópolis. O Hospital Regional será referência para 55 municípios, com 1,2 milhão de pessoas beneficiadas. As obras estão em fase de acabamentos, com 80% concluídas.
O vice-presidente Ederson Alves (CUT-MG), a diretora de Comunicação Lourdes Machado (CRP-MG) e as conselheiras estaduais Andreza Fernandes (CRESS-MG) e Aline Esteves Pacheco (AMAPEM) foram recebidos pela presidente do CMS de Divinópolis, Doralice Barbosa, pelos conselheiros municipais de Saúde e pela secretária municipal de Saúde, Kênia Carvalho.
Durante a reunião na nova sala do CMS, Ederson explicou os objetivos da visita, de conhecer as obras dos 11 futuros hospitais regionais no Estado para cobrar a sua conclusão junto aos gestores. Ele evidenciou que estas unidades precisam ser discutidas com os municípios da área de abrangência, para se montar um perfil assistencial que cubra as demandas da população. Ederson lembrou o papel dos conselhos municipais de saúde neste processo, que devem participar do projeto desde a concepção até a entrega das obras, acompanhando inclusive a definição da gestão administrativa do hospital.
A secretária municipal de Saúde, Kênia Carvalho, fez um resgate da trajetória do hospital regional, começando pelo diagnóstico do atendimento na região. Segundo ela, na microrregião de Divinópolis existem 34 hospitais, a maioria de pequeno porte e sem resolutividade, com taxa de ocupação variando entre 20 e 30%, e não oferecem serviços de média e alta complexidade. O único hospital com este perfil, que presta serviços ao SUS, é o São João de Deus, mesmo enfrentando crises financeiras, administrativas e assistenciais nos últimos anos.
A demanda crescente seria solucionada com a construção de um hospital público regional, que atendesse ao perfil mínimo assistencial: urgência e emergência, maternidade, cardiologia, cirurgias e internações e atendimento ao trauma. A diretora de Comunicação, Lourdes Machado, lembrou que os Conselhos devem participar da definição do perfil assistencial da unidade, para que essa escolha não se atenha às demandas da gestão. Ela ainda lembrou que é necessária a reestruturação das unidades hospitalares existentes na região, redesenhando esta rede para que melhor seja distribuída a demanda. “Hospitais de pequeno porte não apresentam os resultados que os usuários esperam”, explicou Lourdes. A diretora ainda pontuou que é preciso garantir uma pactuação no Conselho, para não haver descontinuidade dos processos com a possível troca de gestores municipais.
Obras do hospital estão adiantadas
Quando as obras do Hospital Regional foram iniciadas em 2010, foi firmado o primeiro convênio no valor de R$ 36 milhões. O segundo convênio, no valor de R$ 42 milhões, seria executado com repasses parcelados, que totalizam, até o momento, R$ 27 milhões. Em 2015, apenas foram repassados R$ 2 milhões. Segundo a secretária de saúde, no último ano os hospitais regionais ficaram sem orçamento definido e os repasses foram suspensos sem qualquer previsão de serem retomados.
A obra do hospital regional foi orçada em R$ 79 milhões e, segundo cálculos da empreiteira, seriam necessários outros R$ 35 milhões para concluí-la. Edificado horizontalmente, o hospital está instalado no Bairro Realengo, em um terreno de 80 mil m2, com área construída de 16 mil m2. Cerca de 80% da edificação já está pronta. Serão 120 leitos oferecidos à população da Região de Saúde de Divinópolis. Alguns acabamentos serão feitos após a instalação dos equipamentos – que não tem previsão de serem licitados. A construção está praticamente pronta, com instalação hidráulica e elétrica sendo adequada às necessidades de cada setor, como UTI, Berçário e Centro Cirúrgico. O projeto arquitetônico surpreende por detalhes idealizados para manter o ambiente ventilado e iluminado com luz natural.
A visita foi acompanhada pelo engenheiro supervisor das obras no hospital, Hudson Salgado Amaral, que explicou cada ala, esclarecendo dúvidas dos conselheiros.
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