X Conferência Municipal de Saúde de Lagoa Santa – Dias 20 e 21 de julho
Terminou hoje a X Conferência Municipal de Saúde de Lagoa Santa, que começou nessa quinta-feira com o tema “Construção Histórica do SUS em Lagoa Santa: Acesso e Integralidade, Desafios de uma Saúde para Todos”. O Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CESMG) esteve presente na abertura e em alguns outros momentos da Conferência, representado pelo vice-presidente Ederson Alves (CUT-MG) e pela secretária geral Lourdes Machado (CRP-MG). A ex-conselheira e membro do Fórum Mineiro de Defesa da Democracia e do SUS, Andreza Fernandes, também esteve na Conferência.
Em sua fala na abertura, o vice-presidente do CES, Ederson Alves, reafirmou a importância dos Conselhos de Saúde enquanto instâncias coletivas de deliberação e gestão participativa: “Os Conselhos são capazes de apontar para políticas de saúde alinhadas às necessidades das comunidades e são ‘um braço forte’ de defesa do SUS junto aos gestores locais”, disse Ederson.
O secretário municipal de Saúde de Lagoa Santa, Gilson Urbano de Araújo, apresentou o documento orientador da Conferência, destacando os desafios encontrados pela nova gestão e firmou compromisso com o Controle Social. O secretário destacou que o SUS de Lagoa Santa será conhecido pelo lema: “Descentralizar para conhecer, regionalizar para governar e ampliar a clínica para cuidar”. A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Vivian Caroline Morais Valle relatou que, infelizmente, nos últimos anos, o Conselho tem se esvaziado. E convocou a todas e a todos a assumirem juntos o grande desafio de mobilização e apropriação desse espaço de construção coletiva “para alcançarmos um SUS melhor, um SUS que merecemos”, afirmou Vivian.
A palestra de abertura foi sobre o tema “Controle Social do SUS: Aspectos Legais e Sociais”, apresentada pela secretária geral do CESMG, Lourdes Machado, e por Tadahiro Tsubouchi. Lourdes pontuou a importância da saúde enquanto um dos tripés da Seguridade Social e a necessidade de se garantir processos de articulação e transversalidade entre as políticas sociais que interferem diretamente nos determinantes do processo saúde/ doença. “Não tem como discutir saúde sem falar dos determinantes sociais. Precisamos de uma agenda de mobilização de defesa do SUS que unifique o povo em torno de algumas bandeiras”, afirmou a palestrante. Lourdes também ponderou sobre o teor político da ocasião: “As conferências de saúde precisam ter um papel mobilizador. Um papel reflexivo, avaliativo e propositivo, não podendo ser apenas mais um evento”.
O palestrante Tadahiro Tsubouchi atentou sobre o “desfinanciamento” da saúde: “saúde é cara em qualquer lugar do mundo”. Membro da Comissão de Direito Sanitário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ele afirmou que é necessária a defesa de uma política pública antagônica às políticas mantidas por e para um público específico.
Andreza Fernandes, ex-conselheira estadual de Saúde e membro do Fórum Mineiro de Defesa da Democracia e do SUS, relatou que “como cidadã, anseio pela ampliação do sentimento de acreditar nos espaços de controle social do SUS, pois esses espaços são nossos. Somos capazes de resistir, sonhar e reestabelecer pelo SUS a saúde que queremos”.
Ainda na programação, usuárias e usuários do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS-AD) de Lagoa Santa apresentaram algumas dificuldades vivenciadas nos serviços. Também ofereceram ao público um momento lúdico, cantando uma paródia da música “Madalena” (Martinho da Vila), criada por um usuário do CAPS para o Dia da Luta Antimanicomial. Outro momento cultural foi a apresentação do Coral Clube Social da Terceira Idade, que entoou os hinos nacional, de Minas Gerais e de Lagoa Santa.
Após a abertura da Conferência, o vice-presidente Ederson, a secretária geral Lourdes Machado e a ex-conselheira Andreza Fernandes visitaram o CAPS I, Clara Mente.
Veja mais fotos dessa Conferência na fanpage do CESMG: http://bit.ly/2fhuAVf
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