Equipes de saúde discutem estratégias de melhorias nos serviços do SUS para população trans

por André Barros (Estagiário de Jornalismo/CES-MG)

Videoconferência contou com a participação de 18 municípios mineiros que sanaram dúvidas sobre as usuárias e usuários LGBT no SUS

Na última quarta-feira (29), a Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), realizou videoconferência sobre o “Cuidado em saúde da pessoa travesti e transexual na Atenção Primária”. A atividade foi espaço de troca de experiências sobre estratégias possíveis para implantação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT nos territórios.

A conselheira do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), Carolina Brito (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais/SEE-MG), representou a entidade, ressaltando que na 9ª (8ª+8), Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais, realizada em junho, foi aprovada a Resolução 11, que visa o fortalecimento de programas de qualificação de profissionais de saúde voltados para a população LGBT.

Foto: André Barros

A videoconferência, sediada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte/MG, contou com a participação de 18 municípios: Alfenas, Belo Horizonte, Coronel Fabriciano, Divinópolis, Governador Valadares, Itabira, Ituiutaba, Juiz de Fora, Passos, Patos de Minas, Pedra Azul, Pirapora, São João Del Rey, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Unaí.

Luísa Azeredo Silveira, Especialista em Políticas e Gestão da Saúde (SES-MG) e a Médica de Família e Comunidade, Gabriela Persio Gonçalves, abordaram em suas apresentações os avanços e as dificuldades no atendimento da população transexual e travesti nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), como apoio psicológico, hormônios, cirurgias de redesignação sexual, dentre outros. Elas também tiraram dúvidas sobre a nomenclatura LGBTQI+.

As atividades desenvolvidas no Centro de Saúde Nossa Senhora Aparecida (Bairro Novo São Lucas, na capital mineira), apresentadas pela Dra Gabriela, mostraram o trabalho realizado com a população trans e de travestis, com equipe multidisciplinar, focada na educação em saúde com os profissionais, respeitando as especificidades e as características de cada usuária e usuário.  

Foto: André Barros

Respeito e Cidadania

A atividade foi realizada no Dia da Visibilidade Trans, reforçando a necessidade de informar para que não ocorra casos de violência e discriminação nas unidades de saúde.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida de uma mulher transexual ou travesti é muito baixa (35 anos), enquanto uma mulher cis é de 79 anos e seis meses.

Dados apresentados pelas especialistas mostram que existem diversos constrangimentos e situações desagradáveis. Um exemplo, é a simples ação de ir ao banheiro, que ainda está repleto de preconceitos por falta de informação.

Nome Social

Um dos assuntos que também foram abordados na videoconferência foi o uso do Nome Social, já previsto em lei. Antônio Corrêa Neto (Técnico/Psicólogo da Coordenadoria Especial de Políticas de Diversidade Sexual) compartilhou informações sobre o procedimento para emissão de documento de identidade com o nome social, que é emitido pelo Instituto de Identificação de Minas Gerais (Av. Augusto de Lima, 1833 – Barro Preto – BH/MG – (31) 3330-1881). Após o preenchimento da autodeclaração de nome social, a pessoa já sai com seu novo documento.

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