CES-MG realiza plenária com trabalhadoras e trabalhadores da Fhemig

Propostas de unificação de Unidades de Saúde e mudança da Administração Central para a CAMG foram as pautas da atividade

por Sílvia Amâncio (ASCOM/CES-MG)

Na manhã desta segunda-feira (02), foi realizada no Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), plenária das trabalhadoras e dos trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

A plenária foi promovida pela Câmara Técnica de Gestão da Força de Trabalho (CTGFT), com o objetivo de debater a proposta da gestão de unificação do Hospital João XXIII, Hospital Maria Amélia Lins, Hospital João Paulo II e Hospital Cristiano Machado, além da possível transferência da Administração Central da Fhemig para a Cidade Administrativa.

Plenária das trabalhadoras e dos trabalhadores da Fhemig

A atividade foi iniciada com a fala da promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que demostrou surpresa com a proposta de transferência da Administração da Fundação para o centro administrativo, no bairro Serra Verde, em Belo Horizonte. Em sua fala ela deixou claro a necessidade de mudança de postura dos servidores diante do atual cenário de perda de direitos. “Não devemos abrir mão de nossa postura republicana. A questão não é apenas perda de emprego ou de salário é muito mais profunda e não podemos ter dúvidas sobre o que está acontecendo”, disse.

A promotora disse também que a Promotoria de Saúde está de portas abertas para as mediações entre os trabalhadores e a gestão da Fhemig para discutir políticas públicas de saúde e que plenárias como essa deveriam ocorrer com mais frequência, já que ultimamente pequenas questões estão dispersando nossa atenção, enquanto grandes ações estão acontecendo. “A verdade é que acabou o planejamento no Brasil e isso impacta diretamente nossas vidas e nosso trabalho. Costumamos nos revoltar apenas quando alguma coisa atinge nossa vida privada. Quem atua na saúde pública trabalha com política todo o tempo. Quando não tem participação popular as decisões são tomadas da mesma forma. Se o SUS acabar hoje seu maior legado é a inclusão política que ele proporcionou, vai muito além da assistência”, acrescentou.

Promotora Josely Ramos Pontes na Plenária de 02/03/2020

Desinformação

As trabalhadoras e trabalhadores presentes falaram que não há diálogo com a gestão, muito menos participação e informações confiáveis circulando nas Unidades da Fhemig. Além disso, na visão deles, a possível mudança da Administração para a Cidade Administrativa visa facilitar a entrada da inciativa privada na Fundação.

Eles destacaram também a existência da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público no Congresso Federal que reúne mais de 250 parlamentares, entre senadores e deputados federais, que estão atuando na defesa e manutenção dos serviços públicos em todos os níveis.

Agenda

O vice-presidente do CES-MG, Ederson Alves da Silva (CUT-MG), informou que no dia 06/03 está agendada uma reunião com o presidente da Fhemig e que o Conselho também irá participar das reuniões de mediação com o MPMG para analisar em conjunto as propostas.

A secretária-geral do CES-MG, Lourdes Machado (CRP-MG), lamentou a ausência da gestão da Fhemig na plenária, que mesmo sendo convidada não compareceu.

A plenária contou ainda com a presença da coordenadora da CTGFT, Elânia Pereira (Coren-MG) e da 2ª Diretora de Comunicação e Informação do SUS, Marília Aparecida Rosário Oliveira Santos (AHFMG/Federassantas).

Mesa que conduziu os debates na Plenária de 02/03/2020

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