O Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) manifesta o seu mais profundo pesar e indignação pela perda de mais de 100 mil vidas brasileiras por covid-19. Essa marca é o símbolo do descaso e do total desprezo, sobretudo do governo federal, em prover a gestão da maior crise sanitária do país de modo responsável e em consonância com as orientações científicas e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os números, que são definidos pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) como “uma enorme tragédia humanitária”, tornam-se mais assustadores quando se conclui que 100 mil pessoas correspondem ao número aproximado de habitantes de alguns municípios de Minas Gerais, como Nova Serrana, localizado na macrorregional Oeste de Minas Gerais, que de acordo com o Plano Diretor de Regionalização PDR/SUS-MG, baseado nos dados do IBGE em 2018, possui uma população estimada em 99.770 pessoas.
O aprofundamento desta tragédia tem na ausência de um Plano de Emergência Nacional para o enfrentamento da pandemia e nos dois meses sem a nomeação de titular para o Ministério da Saúde, agravantes inadmissíveis no momento em que a população mais vulnerável sucumbe ao agravamento da crise sanitária. É importante destacar que, diante da autonomia de governos estaduais e municipais, existe também a falta de planejamento e de estratégias por parte dessas instâncias no combate ao novo coronavírus, o que agrava a política a nível federal.
Para finalizar, o CES-MG ratifica o posicionamento do CNS sobre o triste panorama alcançado no dia 8 de agosto. Entre as mais de 100 mil brasileiras e brasileiros mortos, cerca de 200 são mulheres grávidas e puérperas, constituindo um recorde mundial de mortes nessa faixa da população, somado ao agravante de que oito em cada 10 mulheres grávidas e puérperas mortas pela covid-19 no mundo, morreram no Brasil. Reforçando que das mais de 3 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus registradas, um número muito grande apresenta sequelas diversas decorrentes da covid-19.
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