Ano pandêmico marcou profissionais de Enfermagem no Brasil

Há um ano o Brasil e o mundo enfrentam uma das maiores crises sanitárias da História. Uma crise que resultou em vidas perdidas e milhões de infectados pelo coronavírus. Como consequência, os serviços de saúde foram sobrecarregados e profissionais da área levadas/os ao limite.

No caso da Enfermagem, a categoria vem salvando vidas na linha de frente da assistência às pessoas infectadas com a covid-19, em meio ao caos provocado pela falta de insumos, de equipamentos, sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a omissão das autoridades públicas. No segundo ano de pandemia, os conselhos regionais e sindicatos de Enfermagem do país, promovem, na Semana da Enfermagem, uma campanha de valorização com o objetivo de fortalecer a luta em defesa dos principais pleitos da categoria. Dentre as principais reivindicações está aprovação da PL 2564 de 2020, Projeto de Lei de iniciativa do senador Fabiano Contarato para instituição do piso salarial nacional da enfermeira e enfermeiro, da técnica e do técnico de Enfermagem, auxiliar de Enfermagem e de parteira.

Incansável e essencial

A Enfermagem é uma profissão antiga que veio se desenvolvendo com o passar do tempo e desempenha um papel fundamental para a saúde. Diante da pandemia de covid-19 mostrou-se incansável e essencial. A categoria tem sofrido com a exaustão extrema da carga horária excessiva de trabalho, saúde mental abalada pela falta de descanso, a vivência diária da morte.

Redução no número de óbitos

Em um ano de pandemia, foi possível acompanhar o crescimento no número de óbitos de profissionais de Enfermagem. Já no início de 2021, com o avanço da vacinação, um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) mostrou que as mortes de enfermeiras e enfermeiros, técnicas, técnicos e auxiliares de Enfermagem apresentaram queda no mês de abril em todo o país. Embora março tenha sido o terceiro mês mais letal desde o início da pandemia, com 83 profissionais mortos — perdendo para abril e maio do ano passado — o mês de abril teve uma redução de 71% no número de óbitos entre profissionais, com 24 casos.

De acordo com o Cofen, o país já não enfrenta mais o que enfrentou no ano passado, até julho, que era a questão da carência de oferta desses Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Além disso, profissionais estão mais habituadas/os com uso desses equipamentos. Em especial, o momento de retirada desses EPI’s era o mais crítico, porque pode haver contaminação, tem que ter cuidado para não se infectar. Depois de um ano da pandemia, a categoria conhece melhor a doença, o comportamento do vírus, e consegue, a partir daí, desenvolver barreiras de proteção. Por outro lado, segue amedrontada por fatores externos que influenciam diretamente na atuação profissional, como a flexibilização do isolamento social, aglomerações e liberação de atividades econômicas.

A vacina tem sido o principal fator de proteção e tem contribuído de maneira eficiente na redução não só do número de mortes, mas do próprio número de casos na Enfermagem. Desde o início da pandemia, 776 enfermeiras/os perderam a vida para a covid-19. Em abril, foram sete profissionais de enfermagem mortas/os na região Norte, três no Nordeste, cinco no Centro-Oeste, oito no Sul e um no Sudeste, região que apresentou menor índice de mortes desde março de 2020.

1,214 total views, 2 views today

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Accessibility