Duas mil pessoas se reúniram em Belo Horizonte para a 10ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais – Conselheiro Paulo Roberto Venâncio de Carvalho, com o objetivo de elaborar propostas que irão direcionar a saúde pública em Minas Gerais nos próximo quatro anos
Na noite de abertura da 10ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais – Conselheiro Paulo Roberto Venâncio de Carvalho, 439 delegações lotaram o grande auditório do Minascentro, em Belo Horizonte. Duas mil pessoas presenciaram a solenidade de abertura, para acompanhar a programação voltada para o tema da conferência: garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia – amanhã vai ser outro dia.
Na abertura, a presidenta do CES-MG, Lourdes Machado, destacou que a presença dos municípios e das conferências livres renova as forças da luta sanitarista para fazer a defesa do SUS e da democracia. “Uma conferência é um momento não só democrático, mas também de resistência nesse contexto de constantes ameaças ao Sistema Único de Saúde”.
Nesse clima de esperança e renovação, a mesa foi composta por autoridades de saúde como o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, que junto ao ex-presidente do CES-MG, Ederson Alves da Silva, homenageado pelo trabalho em prol do controle social, do CES-MG e da organização desta conferência, realizou palestra de abertura. “O controle social é muito importante e esses serão dias intensos e o que for discutido aqui será importante para a discussão nacional, destacou Fábio.
Na palestra, o secretário abordou os avanços e desafios da saúde pública de Minas Gerais a partir da 8°+1 Conferencia Estadual de Saúde, realizada em 2019, sublinhando que para os próximos quatro ano o foco da gestão será na atenção primária à saúde, com 100% de cobertura do estado, espacialmente nos vazios assistenciais; Ederson trabalhou o eixo 3 da 10ª Conferência Estadual de Saúde “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia”, trazendo uma contextualização histórica sobre o SUS, da conferências de saúde e da participação social.
Pluralidade de representações
O representante do Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, Nilton Pereira Júnior, reafirmou o compromisso da gestão do Ministério. “O SUS foi construído com muita luta. A reforma sanitária construiu uma proposta solidária, um direito universal de cidadania. A gestão tem um compromisso com o controle social, construindo e reconstruindo o SUS, democraticamente de forma tripartite”, ressaltou. A superintendendo do Ministério da Saúde em Minas, Maflávia Ferreira, lembrou que essa missão é dupla nessa conferência que está focada na reconstrução e na busca por avanços do SUS.
Adana Omágua Kambeba, indígena da Amazônia, médica do Hospital Sofia Feldman e engajada na luta da mulher indígena, representou todas as pessoas usuárias do SUS. “Represento minorias que têm algo em comum: a vulnerabilidade. São pessoas negras, quilombolas, ciganas, em situação de rua, em assentamentos sem-terra, povos da floresta, ribeirinhos, das águas, do cerrado, indígenas, LGBT. O SUS, inclusive, deve atender às demandas específicas, como a universalização de dados, saúde das mulheres, da população indígena”, reforçou.
O promotor Luciano Moreira de Oliveira disse que esse planejamento do SUS deve der ascendente partindo dos municípios e destacou que as conferências trazem consigo esse poder e responsabilidade culminando em diretrizes para o SUS em Minas, uma determinação para o gestor. “É o olhar da população, um olhar de equidade”. A promotora Josely Ramos complementou dizendo que é essa pluralidade que traduz as representações, é a festa da democracia.
Gigante que é o SUS
O secretário Municipal de Saúde de Nelo Horizonte, Danilo Borges Matias, destacou que com a pandemia de covid-19 todas as pessoas tiveram que se render a esse gigante que é o SUS e falou sobre a importância do tema da conferência. “Esse tema nos enche de esperanças e nos deixa com uma grande responsabilidade nas mãos. É importante somar forças neste momento, em dois dias de plenos debates, com divergências, mas sempre com respeito mútuo.
Da mesma forma, o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Edivaldo Farias Filho, disse estar confiante de que sairão boas propostas de um auditório tão lotado, um estado com características de regiões tão diferentes.
O representante do Conselho Nacional de Saúde, José Vanilson Torres disse que a luta do SUS é a luta dos movimentos sociais e foram eles que trouxeram todas as pessoas presentes à conferências nesse momento. “Essa luta é a determinação por fazer um Brasil melhor”.
O representante da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Antônio Carlos Arantes falou sobre criação da Comissão Extraordinária de Enfrentamento ao Câncer que vai discutir no legislativo soluções para o tema e destacou a importância do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa do SUS.
Homenagens
Durante a cerimônia de abertura, o Conselho Estadual de Saúde homenageou o ex-conselheiro Paulo Roberto Venâncio de Carvalho e a professora Elza Machado de Melo. Em texto lido pela 1ª secretária do CES-MG e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde das Mulheres, Gláucia de Fátima Batista, a trajetória em defesa dos direitos das mulheres e do SUS foram destacados. “Minha mãe lutou até o último segundo pela vida (…) viveu pelo SUS e morreu no SUS”, disse o filho Pedro.
O ex-conselheiro Paulo Roberto foi homenageado com um vídeo com uma coletânea de fotos de sua trajetória pelo SUS. “Ele dedicou toda a via profissional dele ao SUS. Nos conhecemos em uma conferência de Saúde Bucal, em Brasília”, disse Sônia Baptita, esposa de Paulo.
Na mesa de abertura, o presidente do Conselho Municipal de Saúde de belo horizonte, Antônio Pádua Aguiar, destacou o legado de Paulo e Elza na luta pela saúde pública de Minas Gerais.
Fotos: Fábio Marchetto (SES-MG)
Assista à abertura da 10ª Conferência
Estadual de Saúde de Minas Gerais – Conselheiro Paulo Roberto Venâncio de Carvalho e ao lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do SUS
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