Um olhar sobre a saúde da mulher – CES-MG marca presença em audiência pública na ALMG

Em alusão a campanha do Outubro Rosa, a comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou nessa última terça-feira (22) a audiência pública “Um olhar sobre o futuro da Saúde da Mulher” e a presidenta do CES-MG esteve na mesa participando do debate ao trazer o olhar das políticas públicas para o tema. “Estamos aqui fazendo essa discussão tão importante, mas sinto falta de uma representante da Secretaria de Estado da Saúde nessa mesa […]; há algum tempo apontamos a necessidade de uma Diretoria de Saúde das Mulheres na SES. Tem um comitê de morte materna infantil, mas a mulher não é só mãe”. 

Aproveitando o mês de outubro, o Dia da Saúde Mental (10/10), o Dia de Médicas e Médicos e da Menopausa, ambos comemorados no dia 18, a finalidade foi debater a saúde da mulher como um todo, contando com a presença de especialistas da área, coletivos militantes em prol dos direitos das mulheres e membras/os da sociedade civil. O debate trouxe diversas perspectivas e foi apontado também as falhas no sistema de Saúde, derivadas da falta de execução das leis voltadas para a saúde das mulheres. 

Lourdes Machado apontou em sua fala, dentre as diversas dificuldades enfrentadas pelas mulheres usuárias do SUS, a situação das pacientes oncológicas de Minas Gerais que moram longe das grandes cidades, onde se concentram os atendimentos e tratamentos, e a falta de casas de acolhimento “quero pontuar as dificuldades das mulheres que moram em municípios pequenos e que necessitam se deslocar para os municípios sede de macro para sessões de quimioterapia; muitas ficam o dia todo aguardando o retorno ao final do dia para suas casas, há uma necessidade urgente de ações de saúde para garantir o retorno mais rápido  ou então que os municípios de origem providenciem locais para que as mesmas aguardem o transporte de volta.” 

A desigualdade social também entrou em pauta durante a audiência, sendo um dos maiores agravantes em diversas doenças, inclusive do câncer, “a maior violência que a gente tem nesse país é a fome, quantas mulheres não tem o que comer? Então como que eu vou falar para ter uma alimentação saudável como frutas e proteínas, se elas não têm o básico, se não tem arroz, não tem feijão na lata para fazer um almoço para a família. Então a gente tem que repensar um pouco quais as políticas que precisamos de fato”, disse Lourdes. 

Entraram no debate também pautas como a menopausa, a saúde das mulheres negras e idosas, a falta de capacitação de ginecologistas para lidarem com homens trans e a falta de estudos e de acesso à informação sobre a saúde feminina, finalizando com a reafirmação da necessidade do autocuidado e do cuidado. 

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