Profissionais cobram ações contra violência em unidades de saúde

Os conselheiros(as) do #CES, Érika dos Santos e Ernandes Moraes, estiveram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na quarta-feira, 17, em audiência pública que tratou da violência contra profissionais de saúde, em especial os da enfermagem.

Segundo pesquisa do Conselho Regional de Enfermagem apresentada durante o encontro, 95% dos participantes disse já ter sofrido alguma violência no ambiente de trabalho. O levantamento revelou, ainda, que 45% das violências são assédio moral, 40% verbal e 9% violência física. Em um contexto em que mais de 80% dos profissionais são mulheres, há também relatos de violências sexuais, 3% dos casos segundo o levantamento.

Sobre estas violências, Érika pontuou: “Hoje não poderia ser um dia melhor para ocorrer essa audiência pública, por ser o Dia Mundial da Segurança do Paciente. Quero aqui representar quase 300 mil profissionais do estado de Minas Gerais que todos os dias entregam seu sangue, sua presença, seu conhecimento para prestar o melhor atendimento. Temos legislações ‘para dar e vender’. Queremos saber é o que verdadeiramente vai nos ajudar lá na ponta. Querem tirar os guardas municipais dos centros de saúde, o Samu está sucateado. Quem é que toma conta da gente quando entramos em qualquer lugar? Esse é um problema de saúde pública. Todas as vezes que uma agressão acontece, o sistema de saúde para, o atendimento é interrompido. Quem sofre na ponta é a população. Estamos aqui porque a violência contra profissionais de saúde se tornou um problema de saúde pública. Fica a esperança de um compromisso efetivo do governo para com os profissionais de enfermagem”.

Também o deputado Lucas Lasmar (Rede) apresentou dados que dão a dimensão do problema, na audiência requerida pelo deputado Ênes Cândido. Segundo ele, em 2024 foram registradas 972 ocorrências de violência nas unidades de saúde pública mineiras. Em 2025 até agora, a marca já foi ultrapassada, com 980 casos.
O conselheiro do CES, Ernandes, lembrou que, como técnico de enfermagem, já foi muitas vezes ofendido, humilhado e agredido por pacientes e acompanhantes. “A enfermagem não é máquina. A enfermagem é um ser humano”, enfatizou.
Em outro momento, Érika reforçou que discutir a violência à população negra, que sofre constantes ataques, é “mais do que obrigação desta Casa”.

Críticas

Ao fim da reunião, algumas pessoas falaram do projeto de entrega da gestão dos hospitais para organizações sociais. Elas falaram de falta de diálogo com o governo estadual e de piora na estrutura dos serviços, o que chamaram de “violência institucional”.

(Com informações da ALMG. Fotos: Guilherme Bergamini/ALMG)

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