Na noite do dia 28 de julho, movimentos sindicalistas e populares se reuniram na Faculdade de Medicina da UFMG para a Plenária em Defesa da Saúde e Democracia. Diante dos retrocessos sofridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), lideranças e trabalhadores da saúde de Minas Gerais apresentaram propostas para a criação da Frente em Defesa do SUS em Minas Gerais. Estiveram presentes movimentos como Povo sem Medo e integrantes do Ocupa SUS, que ficou durante quase um mês no prédio do Ministério da Saúde em BH.
Conforme definida na Constituição de 1988, o direito a saúde é a garantia não só de acesso gratuito a postos de saúde, hospitais e remédios como também a qualidade de vida de toda a sociedade. A criação de propostas como a PEC 241 (congelamento de gastos públicos) e o corte de 2/3 dos gastos com a saúde pública em 2016, levaram entidades e trabalhadores da saúde em Minas Gerais a se reunirem para proporem medidas que viabilizem de fato a criação da Frente. Coordenados pela coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Sonia Mara Maranho e pelo professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antônio Thomaz Gonzaga da Matta Machado, os presentes se dividiram em grupos para elaborarem as propostas. Antes da dinâmica, Sonia Maranho ainda falou sobre o atual momento político e econômico do Brasil e da exploração dos trabalhadores da saúde. Por sua vez, Antônio Machado optou em relembrar a parceria da UFMG na criação do SUS, relembrando que, desde os anos 1970, a instituição já propunha uma política de saúde pública.
De acordo com a médica sanitarista e pesquisadora da UFMG, Maria Angélica de Sales Dias, o SUS ainda está em processo de construção. Dessa forma, é preciso que haja melhorias na qualidade dos serviços prestados, ainda que seja crucial manter as conquistas realizadas. Para a médica, o grande diferencial do SUS com os Planos de Saúde é o atendimento humanizado. “Qualidade é querer ver o paciente bem. A saúde exige troca”, esclareceu. Dias ainda relembrou que a mobilização de todos é o grande diferencial para a conscientização da sociedade sobre a saúde no Brasil hoje e ainda enfatizou que a falta do SUS gera a desassistência da população. O vice-presidente do o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CESMG), Ederson Alves, disse que a Frente precisa conquistar de fato o SUS, começando pelas ruas. Alves ainda ressaltou o comprometimento do CESMG com a criação e difusão da Frente.
Além disso, entidades como o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SIND-SAÚDE/MG), Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (SINTTEL-MG), Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (SINDIBEL) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT- MG) juntamente com o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CESMG) também estavam presentes. “Ao longo das décadas, a psicologia vem sendo convocada a defender a Política Pública de Saúde e segue reafirmando seu compromisso com a universalidade do SUS como resultado do processo democrático. Sindicato das/dos Psicólogos e Conselho Regional de Psicologia também seguem presentes em defesa da saúde no Estado”, disse Lourdes Machado, diretora do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais (Psind- MG) e representante do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) no CESMG.
Nos próximos dias, deverá ocorrer uma nova reunião para decidirem a elaboração da cartilha da Frente em Defesa do SUS em Minas Gerais.
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