A Mesa Diretora do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais está visitando cada um dos 11 futuros hospitais regionais anunciados pelo Governo para conhecer a situação de cada região, suas demandas e expectativas e as condições das obras. Depois de conhecer a unidade de Conselheiro Lafaiete, no dia 15 de setembro foi a vez do Hospital Regional Dr. Márcio Paulino, em Sete Lagoas. O hospital deveria ter sido entregue no ano passado e, mesmo com o atraso, se encontra com as obras paradas, depois de oito anos desde o início da construção.
O vice-presidente Ederson Alves (CUT-MG) e o 3º secretário José do Carmo Fonseca (SindHomg) se reuniram com o Conselho Municipal de Saúde de Sete Lagoas antes da visita ao local da obra. Os conselheiros explicaram a importância do hospital para a região, que abrange 35 municípios e possui uma população de 650 mil habitantes. Também falaram sobre a rede hospitalar hoje existente no município, que conta com três unidades na rede de Urgência e Emergência, sendo o Hospital Municipal Monsenhor Flávio D’Amato, um Pronto Atendimento (PA Belo Vale) e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Sete Lagoas tem ainda o Hospital Nossa Senhora das Graças, que oferece serviços ao SUS de especialidades clínicas, cirurgias e exames.
Ederson reforçou a importância do Conselho Municipal em acompanhar as obras da unidade: “O papel do Controle Social não é apenas fiscalizador, mas também deve ser propositivo. O Conselho Municipal tem que participar das discussões com o Estado para definir o perfil assistencial do hospital e a sua futura gestão”. A questão da gestão também foi apontada por José do Carmo Fonseca, 3º secretário do CES. “O Estado pode faturar os pagamentos e bancar as despesas até dado momento, mas é preciso definir de quem será a gestão e de que forma isso será feito, com critérios e regras claras e formalizadas”, disse.
O Conselho Municipal de Saúde de Sete Lagoas reuniu seu presidente, Gercino José dos Reis, os conselheiros Aroldo Marques do Nascimento (Igrejas Evangélicas), Helena Lúcia Martins (Associação de Voluntários do Nossa Senhora das Graças), Ivone Medeiros Soares (coordenadora dos distritos) e Eunice Barbosa de Avellar (Pastoral da Criança), e a secretária executiva Vera Lúcia da Silva para o encontro.
Segundo os conselheiros de Sete Lagoas, não houve nenhuma discussão ou apresentação ao Conselho, seja do município ou do Estado, sobre a obra, assim como a escolha do local, o projeto, os valores de investimento, os prazos, as responsabilidades e o custeio. Desta forma, não há deliberação do CMS sobre o hospital. “Não houve nenhuma prestação de contas ao Conselho. E só a partir da visita do CESMG é que tomamos conhecimento de alguns fatos. Com este apoio, teremos condições de promover ações mais efetivas sobre o hospital regional”, avalia o presidente do CMS de Sete Lagoas, Gercino José dos Reis.
A iniciativa da visita do CES foi importante na opinião de Gercino: “Estamos percebendo que existe, por parte da nova direção do CESMG, uma maior aproximação com o nosso Conselho, nos possibilitando um maior suporte nas ações diversas junto à gestão municipal”, concluiu o presidente.
Um hospital geral com grandes dimensões e expectativas de atendimento
O Hospital Regional de Sete Lagoas está bem adiantado, apesar das obras estarem paralisadas há mais de um ano (em 2015). A construção começou em 2008 com previsão de término para 2015. Está sendo construído em um terreno de 40 mil m2, em quatro blocos edificados de um hospital geral, com foco em urgência e emergência – trauma, AVC e cardiologia, para atender os 35 municípios do entorno. Serão oferecidos, de acordo com o projeto original, 226 leitos de internação (sendo 50 de UTI), nove salas de cirurgias e um pronto socorro.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Cláudio Ribeiro de Figueiredo, o hospital regional “será referência para Sete Lagoas e toda a microrregião, desafogando a demanda do único hospital público de urgência da cidade, o hospital municipal”.
Já foram feitos dois convênios para o andamento das obras. O primeiro foi executado e concluído, com prestação de contas, no valor de aproximadamente R$ 46 milhões. O segundo previa o valor de quase R$ 38 milhões, mas somente R$ 5,5 milhões foram repassados e a prestação de contas parcial já foi feita. Para a conclusão das obras, será necessário um terceiro convênio, no valor aproximado de R$ 33,5 milhões. As planilhas, segundo a SMS de Sete Lagoas, já se encontram na Secretaria de Obras do Estado, aguardando análise para aprovação. A contrapartida municipal já foi paga, no valor de R$ 1,4 milhão. O total de investimentos seria de R$ 118.817.739,58.
A estrutura, segundo o secretário, segue o projeto original idêntico ao Hospital Regional de Juiz de Fora. As edificações impressionam pela amplitude das alas e setores clínicos, divididos em 4 blocos – sendo dois com 3 pavimentos e um com 4 (onde serão as unidades de internação). O bloco A é horizontal, destinado ao apoio técnico e logístico. O bloco B abrigará serviços de apoio administrativo, técnico e logístico, ensino e pesquisa e serviços de apoio médico. O bloco C será de apoio ao diagnóstico e terapia. O último bloco, D, atenderá urgência e emergência e também terá o apoio ao diagnóstico e terapia, além do centro cirúrgico.
Para manter o atendimento, o secretário Cláudio Figueiredo estima que sejam necessários 1 mil servidores atuando na nova unidade.
O novo hospital poderá prestar os serviços de urgência e emergência, exames por imagens e gráficos, centro cirúrgico, internação intensiva e semi-intensiva, internação geral, pediatria, atendimento a casos de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e clínica médica e cirúrgica. O hospital também terá heliponto.
Acompanharam a visita às obras os conselheiros municipais de Sete Lagoas, o secretário municipal Cláudio Figueiredo e os membros da Mesa Diretora do CESMG.
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Por Michèlle de Toledo
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