Todos contra o câncer

No Brasil, atualmente o câncer representa a segunda principal causa de morte, atingindo 191.577 óbitos em 2012, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A estimativa é a chegada a 600 mil diagnósticos da doença até o final de 2016. Longa lista de espera para marcar consulta, demora na liberação do resultado de exames e qualidade do tratamento. Essas são algumas das barreiras enfrentadas por pacientes, e para mudar este quadro centenas de associações lutam pela garantia de direitos dos cidadãos.

No objetivo de alinhar e articular iniciativas difusas, oferecer apoio, assistência e defender os direitos da pessoa com câncer, além das diversas demandas existentes, foi idealizado o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, concebido pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – ABRALE. Participam do movimento as principais entidades de oncologia do país, com a proposta de “influenciar as políticas de saúde na área da oncologia e acelerar a promoção da saúde, a prevenção, o acesso ao tratamento e cuidados paliativos às pessoas com câncer no Brasil”.

todos juntos

Como encaminhamento do 1º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, em 2014, um dos projetos do movimento, foi construída a Declaração para Melhoria da Atenção ao Câncer no Brasil, entregue em 2015 para os órgãos responsáveis pela área, como o Ministério da Saúde e Anvisa. Para dar continuidade às discussões sobre o panorama atual, avanços e desafios, foi organizado o 3º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, nos dias 27 e 28 de setembro, em São Paulo.  A conselheira estadual Maryane Rodrigues Ferreira (ABRALE) ressaltou a importância do evento. “Temos desafios enormes pela frente, mas a união traz à força”.

Na oportunidade, foi discutida a saúde pública na atual conjuntura, abordando o seu financiamento e as medidas impopulares que vêm ameaçando o Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto palestrantes, estiveram presentes os ex-ministros da saúde Alexandre Padilha, José Agenor Alves e José Temporão, que falaram sobre as dificuldade enfrentadas para garantir um SUS de qualidade e universal. Os acontecimentos e debates do evento servirão de base para o desenvolvimento de uma nova Declaração. O vice-presidente do CESMG, Ederson Alves (CUT-MG), representou a entidade. “O Congresso foi importante para discutirmos a situação da saúde pública e dos pacientes com câncer, que sofrem para conseguir os medicamentos necessários. Isso os leva a recorrentemente acionar o judiciário, gerando o que chamamos judicialização da saúde. Mais uma vez, a ABRALE demonstrou sua importância e a do Controle Social.”

ederson congresso

A conselheira Maryane ressaltou a necessidade de encontrar alternativas para garantir a sustentabilidade do SUS. “Os Estados se declaram endividados, no entanto a cada dia o cidadão demanda mais. É preciso encontrar novos modelos de trabalho e funcionamento para garantir sustentabilidade”. E aproveitou para afirmar a importância do Controle Social. “Aproveito a oportunidade para agradecer ao Conselho pela participação no evento, precisamos ocupar esses espaços”.

Outros temas levantados foram as campanhas de conscientização sobre câncer nos meses de outubro e novembro. O primeiro é dedicado ao outubro rosa, quando está em voga a prevenção do câncer de mama, o de maior incidência e mortalidade entre as mulheres. O outro mês é destinado ao novembro azul, sobre a prevenção ao câncer de próstata, sendo o segundo mais comum entre homens no Brasil. “Nós trabalharemos divulgando essas campanhas e participando de ações. É importante combater a desinformação, principalmente entre os homens, pois entre eles o exame ainda é visto com preconceito e muitas vidas poderiam ser salvas”, afirmou Ederson.

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