Comemoração dos 10 anos da criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) foi idealizada em 2006 e implantada em 2009 pelo Ministério da Saúde. Tem como finalidade reverter as desigualdades étnico raciais e o racismo institucional. A população negra tem necessidades específicas de saúde, além dos riscos de vida constantemente expostos no cotidiano. Negros são propensos a doenças como diabetes, hipertensão arterial e miomas. O
conselheiro estadual Gilson Silva colaborou na elaboração da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, junto ao Conselho Nacional de Saúde.

CNS - saúde Negra

No próximo dia 20 comemoramos também um ano da realização da Marcha das Mulheres Negras e se realiza a “Marcha do Zumbi” (Zumbi dos Palmares), em homenagem ao escravo que enfrentou os escravagistas para conseguir a liberdade dos negros e negras no Brasil.

Dados que refletem a realidade no país

Em 10 anos, o feminicídio negro aumentou em 54% de acordo com o estudo realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLASCO).  O mesmo vale para dados reprodutivos, uma vez que são as mulheres negras do Nordeste as que possuem menos acesso a informações e métodos contraceptivos conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2013.

Composta por 54% da população brasileira, os negros no Brasil são o grupo mais exposto a riscos, como a violência urbana, e no caso das mulheres, a doméstica. Devido à herança histórica do nosso país, a população negra acabou se tornado a mais vulnerável. Após a abolição da escravatura, em 1888, os negros não tiveram inserção na sociedade, se tornando a população mais marginalizada. Abandonados a própria sorte, os negros do campo permaneceram nas fazendas de seus patrões, trocando a força de trabalho por comida. Já os negros da cidade, tomaram rumos aos bairros mais pobres, fundando os tradicionais cortiços. Futuramente, esses locais se tornariam as favelas. Hoje, a periferia é aonde o saneamento básico e as políticas sociais ainda não chega.

Estudos de 2013, realizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde apontam que o diagnóstico de Hanseníase na população negra e parda era de aproximadamente vinte para cada 100 mil habitantes, o que resulta em 21.645 casos.

Hoje no Brasil, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado segundo a CPI do Senado sobre a morte de jovens negros. Entretanto, porque dados estatísticos sobre violência se relacionam com a saúde dessa população? Justamente, a população negra no Brasil é mais exposta ao homicídio, ao estupro (no caso das mulheres) e ao vício em álcool e drogas (esclarecer). Por isso, uma política específica intensificada para essa população é tão necessária.

Além da divulgação e afirmação das políticas públicas para a saúde da população negra, é importante também preparar o profissional da saúde, por se tratar de dados específicos.

A cidade com maior população negra do país, Salvador, foi a primeira a implantar a PNSIPN, no entanto, é crucial expandir para o restante do Brasil. Houve diversos avanços como as campanhas realizadas, além da coleta de dados. O maior deles foi a pactuação do 2º Plano Operativo na Comissão de Intergestores Tripartite, que tem por objetivo estabelecer estratégias de aplicação desta política; e a campanha “Não fique em silêncio – Racismo faz mal à saúde.

 

Negros 1

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