Plenária Sudeste revela novo panorama da Covid-19 na macrorregião

Esforços conjuntos entre conselhos, gestão e hospitais mostram resultados mais animadores na curva de contágio; isolamento social segue como um dos principais desafios

Na quarta-feira (30/07), o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) deu prosseguimento às plenárias regionais com a participação de conselhos municipais de saúde da macrorregião Sudeste, com o objetivo de implantar o colegiado regional, apresentar a gestão de ações de combate à covid-19, disponibilidade de leitos, levantamento de dificuldades e de experiências positivas. A plenária contou com as presenças de membras e membros da Mesa Diretora e conselheiras e conselheiros, representantes dos conselhos municipais de Saúde de Leopoldina, Muriaé, Arantina, Bias Fortes, Presidente Fernandes, Ubá, Juiz de Fora, Carangola, Manhuaçu, além de representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Arantina, e Gerências Regionais de Saúde de Juiz de Fora, Manhuaçu e Ubá.

Nos relatos de conselheiras e conselheiros de Saúde da região já é possível perceber um novo panorama que está se desenhando no momento em que o estado atingiu o pico da curva de contaminação. A conselheira de Muriaé, Marina Aparecida Calcagno Pereira, destacou que o trabalho conjunto entre conselho de saúde, prefeitura, gerência regional de saúde (GRS) e prestadores chegou a um bom nível e cada instância tem se empenhado em colaborar, o que inclui os prestadores de serviços. Ela ressalta que o Hospital São Paulo recebeu sete respiradores e monitores multiparâmetros, aumentando os leitos de UTI para covid-19 na região.

Da mesma forma, a presidente do Conselho Municipal de Saúde de Presidente Fernandes, Glauciene Nogueira, disse que a Plenária Regional Sudeste trouxe a percepção desses resultados positivos quando comparados à projeção do Plano de Contingência, feito em 30 de março pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). “Esses resultados envolveram, inclusive, o engajamento da população e a tomada de decisões da prefeitura por meio de decretos e ações preventivas que deram resultados. Cabe ressaltar que o trabalho em conjunto durante a crise contou com o suporte adequado da SES-MG por videoconferências, aplicativos de redes sociais, inclusive fora do expediente por parte da GRS”, enfatizou.

Por outro lado, a presidente do Conselho de Saúde de Carangola, Aline de Paiva Pereira, revelou que mesmo que a taxa de ocupação na cidade esteja em 50% e do bom relacionamento entre o Conselho Municipal, instituições prestadoras de serviços e vigilância epidemiológica, a maior dificuldade tem sido a conscientização da população sobre a importância de manter o isolamento social e a resistência dos comerciantes. “Por isso, é fundamental que os conselhos se mantenham atuantes”.

O superintendente Regional de Saúde de Manhuaçu, Juliano Estanislau Lacerda, tem a mesma percepção. “Mesmo com um plano articulado para oferecer assistência, a estrutura que o território possui com um hospital exclusivo para covid-19 (Evangélico) e uma segunda opção na Casa de Caridade para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), esbarramos na resistência quanto ao isolamento e, por isso, estamos articulando a adesão ao Plano Minas Consciente”.

Análise técnica

De acordo com a assessora técnica da Superintendência de Redes de Atenção da SES-MG, Fernanda Santos Pereira, os Planos de Contingência Macrorregionais foram construídos em conjunto com as unidades regionais de acordo com as especificidades de cada região do estado. O plano apresentado foi composto por meio de projeções para Minas e o Brasil, com base no dia 30 de março deste ano, prevendo um cenário mais grave do que é visto hoje, o que na prática, segundo ela, é um ponto positivo.

Segundo a assessora o plano macrorregional é um acessório complementar ao Plano de Contingência Estadual e tem como objetivo dar resposta ao enfrentamento da pandemia a nível regional para definir pontos de atenção da rede de saúde, que serão referência para a SRAG em decorrência da covid-19. A macrorregião Sudeste possuía, até 26 de julho (data referência da apresentação), 8.779 casos confirmados e 264 mortes. As estimativas de leitos clínicos e de UTI, com projeção para 30 de março, também foram detalhadas na apresentação , passando pelas microrregiões mais atingidas como Além Paraíba, Juiz de Fora, Leopoldina/Cataguases, Lima Duarte, Muriaé, Santos Dumont, São João Nepomuceno e Ubá.

Ainda na análise por microrregião, foram apresentadas as instituições de referência para SRAG, com leitos clínicos e de UTI, outras que possuem apenas leitos clínicos e os de leitos de retaguarda para baixa, média ou alta complexidade para outros casos não relacionados à Covid-19. “Serão habilitados leitos de suporte respiratório e as instituições que atenderem aos critérios poderão receber um kit de suporte ventilatório. Podem ser habilitados pelo Ministério da Saúde e é pago, por dia, aproximadamente R$ 427,00 por leito, valor intermediário entre o leito clínico e o de UTI, importante para estabilização do paciente”, disse.

Em junho, iniciou-se o processo na SES/MG para cessão de equipamentos hospitalares para estruturação de leitos de UTI adulto, sendo que já foram contempladas as seguintes instituições da macrorregião Sudeste:

  • Casa de Caridade Leopoldinense: 5 ventiladores invasivos e 2 não-invasivos;
  • Hospital São Salvador de Além Paraíba: 3 ventiladores invasivos e 2 não-invasivos;
  • Hospital Santa Isabel: 7 ventiladores invasivos e 3 não-invasivos;
  • Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Cataguases: 5 ventiladores invasivos e 5 monitores multiparâmetros;
  • Além destas estão em processo de cessão oHospital São Paulo, de Muriaé.

Em decorrência de publicação de Portarias Ministeriais destinadas a estruturar leitos de suporte ventilatório (caráter intermediário entre leito clínico e leito de UTI), a SES-MG está realizando levantamento de prestadores estratégicos para cessão de equipamentos com o objetivo de estruturar tal tipologia de leitos.

O representante da Secretaria Municipal de Saúde de Ubá, Franklin Neto ressaltou que o município está aguardando e entrega os monitores pela SES MG para o hospital Santa Izabel, que nesta semana teve 100% de ocupação leitos UTI. De acordo com Fernanda Santos Pereira o Hospital Santa Isabel está pleiteando a habilitação de mais leitos de UTI ao Ministério da Saúde.

A troca de informações e o contato direto dos conselhos municipais seguem acontecendo por meio de um grupo formado no aplicativo Whatsapp, reunindo as/os participantes da plenária.

631 total views, 1 views today

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Accessibility